História de amor.


 Antes de começar essa história, que é umas das minhas favoritas, preciso dizer que: Quase parei de escrever no primeiro post, a vergonha e o medo me fez pensar em excluir o blog, meu psicólogo [ um personagem que vocês iram ler muito por aqui] convenceu-me continuar, portanto aqui estou eu, tentando vencer essas melancolias da vida, afinal não tenho a perder! 

A história começa no dia 9 de dezembro de 1956, um dia de calor, um calor quase insuportável. Dona Cecília, em seus vinte e sete anos, está pesada e com dores, seu quinto bebê está prestes a nascer! Internamente ela reza para ser um menino, pois acredita que mulheres sofrem muito nesse mundo, um pensamento consciente para a época, o suor escorre pelas suas costas, cabeça e não pode gritar muito alto, pois seus filhos estão em casa a espera do novo membro da família. Cecília não sabe que horas são, a noite chegou e com ela uma brisa suave entra pela janela do quarto, seu mais novo filho, nasceu faz pouco tempo, ele é cabeludo e possui uma testa franzida que indica à sua mãe que ele é sério, calmo. É nesse dia, 9, que nosso protagonista é apresentado, um bebê de verão cabeludo. Esse neném, que mais tarde transforma-se em um homem quieto, bem inteligente e como dizem algumas línguas uma beleza a ser apreciada pelos olhos, é Maurício, meu pai.

A história começa no dia 17 de setembro ne 1964, uma dia fresco, as flores estão cada dia mais bonitas! Dona Joana está olhando pela janela, as ruas estão estranhas, um ar azedo paira no ar e quase não da para respirar, bom é o que acontece quando você está preste a dar a luz, é o pensamento dela. Já está em uma idade mais avançada, não é nenhuma jovem de vinte anos dando a luz ao seu primeiro filho, não senhor! Joana tem quarente e cinco anos e esse é o terceiro bebê que ela traz ao mundo, pelo menos esse você está casada com o pai da criança né Joana! . O sol está quase em seu momento máximo do dia, Joaquim, seu marido, está na rua soltando fogos de artifício junto aos vizinhos, tem gritarias, risadas altas e músicas na rua, uma grande festa está rolando, todos comemorando o novo bebê. É nesse dia, 17, que a nossa protagonista é apresentado, um neném nascido na primavera com musicas e felicidades. A bebezinha, que mais tarde transforma-se em uma mulher alegre, festeira e como dizem algumas línguas uma felicidade ambulante, é Silvana, minha mãe. 

Como eles se conheceram é engraçado, minha mãe diz que é o destino.                                    Com seus 17 anos e meio apaixonada por um outro rapaz, mas com o coração partido, em desespero busca na magia uma solução, por isso vai até uma cartomante fazer uma tiragem de tarot, e aqui tudo o que eu digo é porque ouvi de uma fonte valiosa, a casa da quiromante é pequena, uma minúscula mesa está ao centro da sala, as cartas todas viradas para baixo em cima de toalhas vermelhas e com velas a iluminar. Uma adolescente, em busca de uma paixão, só tem uma preocupação, achar esse amor! Por isso é o principal desejo que Silvana faz ao tarot, " como irei achar o homem dos meus sonhos?"   e sua reposta não poderia vir de um jeito mais simples: Você irá encontrar o homem com quem irá casar em uma viajem curta, uma ida ao shopping de ônibus, em um metrô ou trem, nada de carro! E com esse homem, irá ter três filhas, todas mulheres. Pronto, é a resposta perfeita! afinal, Silvana encontra com esse tal rapaz no ônibus indo ao trabalho, é só fazer o destino trabalhar, ele trabalhou. Mas não com esse preexistente amor, ah não! 

É nessas pequenas viagens de ônibus indo ao trabalho e escola, que ela ficou amiga de Maurício, tá vocês já sabem que eles iram ficar junto, até porque eu disse, um homem bonito e tímido. Amigos, eles ficaram amigos, até que um dia Silvana não sentia mais amizade, ela reparava demais nele, em seus olhos marrons esverdeados nos cabelos compridos e lisos, na barba grande e mal feita. Amigos, eles ficaram amigos, até que um Maurício não sentia mais amizade, ele reparava demais nela, em seus cabelos encharolados e cheios na risada alta e fácil que ela soltava. Mas ninguém diz nada, o voto de ficar em silêncio é mutuo, um dia Maurício aceitou sair com outra moça, Silvana ficou com ciúmes e com medo de perder sua paixão, em um ato romântico, dispara: Eu não quero que você saia com ela, porque eu gosto de você! Simples, e funcionou, pois eles beijaram-se e sete anos depois casaram-se, minhas irmãs nasceram e depois de dez anos um novo bebê, menina, chegou mundo, Eu! 

A história dos meus pais é muito mais complexa que isso, muito mais calorosa e divertida que isso, mas resolvi contar essa pequena parte da vida dos dois porque quero aos poucos introduzindo narrativas mais melindrosas, vou começar com as histórias de minha família, afinal em quase toda família existem memórias que são contadas e recontadas diversas vezes! Algumas conseguimos contar de olhos fechados, de tanto que ouvimos. 

Com carinho A.M 

Minha mãe e meu pai em seu casório 
08/12/90


Comentários

  1. Olá vocês! Como estão? Trouxe aqui a narrativa de como meus pais se conheceram, envolvendo o destino haha! Se sinta acolhido para comentar e quem sabe compartilhar a sua própria história! Por Favor não comentar discursos de ódio e preconceitos, estes são crimes! Obrigada.

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